sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

B.Y.O.S. (Bring Your Own Storage - Traga o seu próprio armazenamento); Considerações sobre vinho e virtualização

Quinta-feira, 17 de Fevereiro de 2011


Recentemente numa viagem a Paris, reuni-me com um grupo de amigos para falar sobre vinho e virtualização (um par natural, se é que se pode copiar assim literalmente esta expressão do inglês). Adoro ir a um restaurante onde posso levar o meu próprio vinho, se eu assim o entender, mas esta não é uma prática na maioria dos restaurantes e com certeza não era o caso naquela noite em particular. Em vez disso, fiquei limitado à lista de vinhos do restaurante e só pude escolher o que eles tinham, com margens de lucro inflacionadas.

Mas o que é que isto tem a ver com a virtualização? Tudo, quando estamos a falar da virtualização do limite de armazenamento.

Todos gostam de flexibilidade e de escolher sem se limitarem aos requisitos específicos do hardware. Actualmente, esta escolha existe nos limites dos servidor e ambientes de trabalho, graças à adopção generalizada do software de virtualização. Mas quando se trata de limites de armazenamento, os fabricantes de hardware agem como os restaurantes - querem limitá-lo à sua lista de produtos e vender as variedades mais exóticas com enormes margens de lucro. Acreditamos na libertação dos clientes deste vínculo do fornecedor de hardware através da dissociação da infra-estrutura virtual a partir dos discos subjacentes. Isto é o que eu denomino de B.Y.O.S. (Bring Your Own Storage – Traga o seu próprio armazenamento).

No blog InformationWeek de George Crump foi levantada a questão “What If Storage Hardware Mattered? (E se a questão do hardware de armazenamento fosse importante?) e, em parte, foi abordado este problema.

Não nos podemos esquecer de que a virtualização já não é só uma questão de consolidação. Trata-se de criar uma infra-estrutura ágil e duradoura com soluções de software que evoluem e se adaptam ao longo do tempo. É permitir escolher o hardware que se adapta a si, prolongar a vida útil desse hardware e aumentar radicalmente o ROI (retorno sobre o investimento) da sua infra-estrutura de TI em relação aos níveis actuais.

Restam poucas dúvidas de que a procura reprimida deixa os fornecedores de hardware de armazenamento optimistas. De acordo com os relatórios da indústria, o mercado do armazenamento de dados ressurgiu em 2010. A procura dos que adiam os upgrades ou evitam um ciclo de actualização é real. No entanto, não significa uma tendência de voltar às infra-estruturas dominadas pelo hardware. Pelo contrário, continua a haver um grande apetite pelas nuvens, desktops virtuais e virtualização de armazenamento, o que sublinha a crescente relutância dos compradores em dependerem estritamente de infra-estruturas físicas.

Os clientes estão mais cautelosos, e com razão, do que estavam antes da recessão, e, francamente, estão mais esclarecidos quanto às suas opções. Estão ansiosos por uma protecção contra a rápida obsolescência dos dispositivos de hardware. Quando as coisas ficaram difíceis e os orçamentos apertados, a abordagem tradicional de "resolver o problema com hardware" para o planeamento da capacidade e do desempenho já não era uma opção e não havia maneira de evoluir as suas infra-estruturas para suportar uma continuidade e agilidade de negócio melhor. Não poderiam redireccionar o hardware existente, ou simplesmente chamar novos fornecedores. Posto isto, não estavam presos aos fornecedores, estavam presos ao fracasso.

Acredito que vamos olhar para esta época como o ponto de viragem do hardware de armazenamento e o fim da mentalidade "resolver o problema com hardware". As empresas já não querem escolher o seu armazenamento a partir de uma lista de preços inflacionados. Querem B.Y.O.S. Querem utilizar mais o que têm e ter uma escolha ilimitada quando se trata de comprar um novo hardware. Este é o poder da vantagem do armazenamento de software de virtualização - quebra o vínculo com o fornecedor e permite que as empresas, finalmente, possam começar a perceber os benefícios do negócio que os levou a explorar a virtualização.

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